O que o Cristão de hoje precisa saber sobre o Novo Testamento em Grego
Trinitarian Bible Society
Nos últimos anos tem havido muita confusão a respeito das modernas traduções e edições do Novo Testamento em grego. Algumas pessoas fazem reivindicações sobre o Novo Testamento em grego, sem terem informações suficientes que as apoiem. Muitos têm a pretensão de que suas traduções são exatas porque tais versões se baseiam nos melhores textos gregos disponíveis. Alguns supõem que suas traduções são melhores que a Versão Autorizada porque esta e seu subjacente Textus Receptus grego acrescentam variantes e leituras extras ao texto. Outros, entretanto, reivindicam que o texto grego do Novo Testamento não é importante porque sua tradução favorita é melhor que qualquer texto grego. Há, ainda, outros que afirmam que o texto grego não é importante porque a maioria das pessoas não pode ler o grego da época do Novo Testamento. Entretanto, o texto grego sobre o qual uma tradução se baseia terá um impacto tanto sobre a leitura devocional das Escrituras pelo cristão como sobre a proclamação da Palavra de Deus no testemunho da graça salvadora de Jesus Cristo. É necessário que o cristão da atualidade entenda a importância do texto grego tradicional na vida cristã.
Antes de tudo, é necessário entender que se quer dizer com o termo “texto tradicional”. Durante o primeiro século após a ressurreição de Cristo, Deus moveu homens que escrevessem Sua Palavra (2 Pedro 1.21). O resultado foi um conjunto de cartas e livros, escritos em grego koine (chamados de “autógrafos originais”). Essas cartas e esses livros foram copiados e recopiados através dos séculos e distribuídos por todo o mundo. Essas cópias consistem os manuscritos do Novo Testamento. Mais de 5.000 desses manuscritos gregos sobreviveram até os dias atuais. O grande número desses manuscritos apóia a chamada tradição textual bizantina (bizantina porque veio do mundo falante do grego da época). Esses manuscritos bizantinos formaram o que chamamos de texto tradicional do Novo Testamento. A representação mais bem impressa desse texto-tipo bizantino é o Textus Receptus (ou texto recebido). Em acréscimo aos manuscritos, também temos à disposição muitas obras nas quais numerosos Pais da Igreja fizeram citações dos manuscritos. A obra de John Burgon estabeleceu que o texto básico usado por muitos Pais da Igreja é o mesmo texto que hoje conhecemos como texto bizantino.
O Textus Receptus foi compilado a partir de uma quantidade de manuscritos bizantinos por vários editores do início do século XVI. Houve edições de editores tais como Erasmo, Stephens, Beza, dos Elzevires, Mill e Scrivener. Essas edições diferem sutilmente umas das outras, mas ainda assim referem-se ao mesmo texto básico. Alguns editores foram populares em diferentes países e geraram as bases para as traduções do Novo Testamento. O Textus Receptus (como mais tarde ficou conhecido) foi o texto usado por Tyndale e por outros tradutores da Versão Autorizada inglesa (King James), de 1611 e outras traduções reformadas.
O Textus Receptus foi compilado a partir de uma quantidade de manuscritos bizantinos por vários editores do início do século XVI. Houve edições de editores tais como Erasmo, Stephens, Beza, dos Elzevires, Mill e Scrivener. Essas edições diferem sutilmente umas das outras, mas ainda assim referem-se ao mesmo texto básico. Alguns editores foram populares em diferentes países e geraram as bases para as traduções do Novo Testamento. O Textus Receptus (como mais tarde ficou conhecido) foi o texto usado por Tyndale e por outros tradutores da Versão Autorizada inglesa (King James), de 1611 e outras traduções reformadas.
Durante os séculos XIX e XX, entretanto, uma outra forma do Novo Testamento grego surgiu e foi usada pelas traduções mais modernas do Novo Testamento. Esse Texto Crítico, como é chamado, difere largamente do texto tradicional, pois omite muitas palavras, versículos e passagens que são encontrados no Texto Recebido e nas tradições que se baseiam nele.
As versões modernas baseiam-se, principalmente, sobre um Novo Testamento grego que é derivado de um pequeno punhado de manuscritos gregos do quarto século em diante. Dois desses manuscritos, que muitos dos eruditos modernos dizem ser superiores ao bizantino, são o manuscrito do Sinai e o manuscrito do Vaticano (c. século IV). Estes, por sua vez, originam-se de um tipo de texto conhecido como texto alexandrino (por causa de sua origem egípcia), referido pelos críticos textuais Westcott e Hort como “texto neutro”. Esses dois manuscritos formam a base do Novo Testamento grego, conhecido como Texto Crítico, cujo uso tem sido muito difundido desde o final do século XIX. Nos últimos anos tem havido uma tentativa de se aperfeiçoar esse texto, chamando-o de texto “eclético” (querendo dizer que muitos outros manuscritos foram consultados em suas edições e evolução), mas ainda é o texto que tem sua base central naqueles dois manuscritos.
As versões modernas baseiam-se, principalmente, sobre um Novo Testamento grego que é derivado de um pequeno punhado de manuscritos gregos do quarto século em diante. Dois desses manuscritos, que muitos dos eruditos modernos dizem ser superiores ao bizantino, são o manuscrito do Sinai e o manuscrito do Vaticano (c. século IV). Estes, por sua vez, originam-se de um tipo de texto conhecido como texto alexandrino (por causa de sua origem egípcia), referido pelos críticos textuais Westcott e Hort como “texto neutro”. Esses dois manuscritos formam a base do Novo Testamento grego, conhecido como Texto Crítico, cujo uso tem sido muito difundido desde o final do século XIX. Nos últimos anos tem havido uma tentativa de se aperfeiçoar esse texto, chamando-o de texto “eclético” (querendo dizer que muitos outros manuscritos foram consultados em suas edições e evolução), mas ainda é o texto que tem sua base central naqueles dois manuscritos.
Há muitos problemas de omissão que caracterizam esse Novo Testamento grego. Versículos e passagens, que são encontrado nos escritos dos Pais da Igreja dos anos 200 e 300 a.D., estão faltando nos manuscritos do texto alexandrino (que data de cerca de 300 a 400 a.D.). Além disso, essas traduções antigas são encontradas em manuscritos que datam de 500 a.D. em diante. Um exemplo disso é Marcos 16.9-20: essa passagem é encontrada nos escritos de Irineu e de Hipólito, no segundo século, e em quase todos os manuscritos do Evangelho de Marcos de 500 a.D. em diante. Essa passagem está omitida nos manuscritos alexandrinos, o do Sinai e o do Vaticano.
Este é somente um dos muitos exemplos desse problema. Há muitas palavras, muitos versículos e muitas passagens omitidos nas versões modernas que são encontrados no texto tradicional ou bizantino do Novo Testamento e, portanto, no Textus Receptus. O Texto Crítico diverge do Textus Receptus 5.337 vezes, de acordo com alguns cálculos. O manuscrito do Vaticano omite 2.877 palavras nos Evangelhos; o manuscrito do Sinai, 3.455 palavras nesses mesmos livros. Esses problemas entre o Textus Receptus e o Texto Crítico são muito importantes para as corretas tradução e interpretação do Novo Testamento. Contrariamente à argumentação dos que apoiam o Texto Crítico, essas omissões afetam a vida cristã quanto à doutrina e à fé.
Seguem-se muitos exemplos de problemas doutrinários causados pelas omissões do Texto Crítico. Esta não é, de modo algum, uma lista exaustiva. O moderno Texto Crítico reconstruído:
Outra problema com o Texto Crítico moderno é que os dois manuscritos mais importantes sobre os quais o texto é construído, o do Sinai e o do Vaticano, discordam entre si mais de 3.000 vezes, somente nos Evangelhos. Assim, o texto alexandrino apresenta-se como um texto-tipo que se caracteriza, em muitos lugares, por leituras que não são comuns aos manuscritos de sua própria tradição. O Texto Crítico é caracterizado por um fraseado que, na língua original, é difícil, confuso ou mesmo impossível. Parece que não importa quão singular ou anômala seja a leitura variante, deve estar nos autógrafos originais porque (como algumas se defende) um escriba jamais faria uma mudança que estivesse em desacordo com os outros manuscritos; ao invés disso, ele faria uma alteração que daria à passagem uma leitura mais fácil.
Muito foi dito sobre o fato de os manuscritos alexandrinos serem muito antigos. Isso é verdade, mas a ênfase no estudo da crítica textual não deveria recair sobre quão antigo é o manuscrito, mas sim, sobre quantas cópias foram feitas a partir dele. Um manuscrito datado como sido copiado durante o século X poderia ser o quinto numa linhagem de cópias feitas a partir do autógrafo original, enquanto um manuscrito datado como tendo sido copiado durante o terceiro século, poderia ter sido o centésimo numa outra linhagem de cópias. Uma vez que é difícil contar a genealogia, a família de qualquer dado manuscrito, é importante observar que a idade é relativa no sentido de que se pode ter um manuscrito originário do terceiro século, corrompido; ou um outro, do século dez, confiável.
Eis aqui uma boa ilustração: suponha que, no ano 3000, uma cópia da Bíblia em português é achada, datada da década de 1970. Admite-se que tal Bíblia é a mais antiga existente à disposição, e que tal Bíblia difere em centenas de lugares da Bíblia então em uso pelos cristãos do ano 3000. Pode-se imaginar os críticos científicos, com sua metodologia, enaltecendo as virtudes da idade avançada de tal Bíblia, a diagramação de qualidade, o cuidado no layout e no papel desse volume em particular, a encadenação e assim por diante. Porém, seus argumentos cairão por terra quando, depois de começar a traduzir a Bíblia para as línguas modernas, com base nos livros antigos, os cristãos descobrirem que essa versão das Escrituras era a tradução Novo Mundo dos Testemunhas de Jeová (cuja tradução difere muito do texto tradicional, ex.: João 1:1).
Este é somente um dos muitos exemplos desse problema. Há muitas palavras, muitos versículos e muitas passagens omitidos nas versões modernas que são encontrados no texto tradicional ou bizantino do Novo Testamento e, portanto, no Textus Receptus. O Texto Crítico diverge do Textus Receptus 5.337 vezes, de acordo com alguns cálculos. O manuscrito do Vaticano omite 2.877 palavras nos Evangelhos; o manuscrito do Sinai, 3.455 palavras nesses mesmos livros. Esses problemas entre o Textus Receptus e o Texto Crítico são muito importantes para as corretas tradução e interpretação do Novo Testamento. Contrariamente à argumentação dos que apoiam o Texto Crítico, essas omissões afetam a vida cristã quanto à doutrina e à fé.
Seguem-se muitos exemplos de problemas doutrinários causados pelas omissões do Texto Crítico. Esta não é, de modo algum, uma lista exaustiva. O moderno Texto Crítico reconstruído:
- Omite referência ao nascimento virginal, em Lucas 2.33;
- Omite referência à deidade de Cristo, em 1 Timóteo 3.16;
- Omite referência à deidade de Cristo, em Romanos 14.10 e 12;
- Omite referência ao sangue de Cristo, em Colossenses 1.14
Outra problema com o Texto Crítico moderno é que os dois manuscritos mais importantes sobre os quais o texto é construído, o do Sinai e o do Vaticano, discordam entre si mais de 3.000 vezes, somente nos Evangelhos. Assim, o texto alexandrino apresenta-se como um texto-tipo que se caracteriza, em muitos lugares, por leituras que não são comuns aos manuscritos de sua própria tradição. O Texto Crítico é caracterizado por um fraseado que, na língua original, é difícil, confuso ou mesmo impossível. Parece que não importa quão singular ou anômala seja a leitura variante, deve estar nos autógrafos originais porque (como algumas se defende) um escriba jamais faria uma mudança que estivesse em desacordo com os outros manuscritos; ao invés disso, ele faria uma alteração que daria à passagem uma leitura mais fácil.
Muito foi dito sobre o fato de os manuscritos alexandrinos serem muito antigos. Isso é verdade, mas a ênfase no estudo da crítica textual não deveria recair sobre quão antigo é o manuscrito, mas sim, sobre quantas cópias foram feitas a partir dele. Um manuscrito datado como sido copiado durante o século X poderia ser o quinto numa linhagem de cópias feitas a partir do autógrafo original, enquanto um manuscrito datado como tendo sido copiado durante o terceiro século, poderia ter sido o centésimo numa outra linhagem de cópias. Uma vez que é difícil contar a genealogia, a família de qualquer dado manuscrito, é importante observar que a idade é relativa no sentido de que se pode ter um manuscrito originário do terceiro século, corrompido; ou um outro, do século dez, confiável.
Eis aqui uma boa ilustração: suponha que, no ano 3000, uma cópia da Bíblia em português é achada, datada da década de 1970. Admite-se que tal Bíblia é a mais antiga existente à disposição, e que tal Bíblia difere em centenas de lugares da Bíblia então em uso pelos cristãos do ano 3000. Pode-se imaginar os críticos científicos, com sua metodologia, enaltecendo as virtudes da idade avançada de tal Bíblia, a diagramação de qualidade, o cuidado no layout e no papel desse volume em particular, a encadenação e assim por diante. Porém, seus argumentos cairão por terra quando, depois de começar a traduzir a Bíblia para as línguas modernas, com base nos livros antigos, os cristãos descobrirem que essa versão das Escrituras era a tradução Novo Mundo dos Testemunhas de Jeová (cuja tradução difere muito do texto tradicional, ex.: João 1:1).
O Texto Tradicional do Novo Testamento é visto pelos cristãos conservadores que crêem na Bíblia como tendo sido providencialmente preservado por Deus. Deus prometeu em Sua Palavra que Ele não só preservá-la-ia para as gerações vindouras mas, também, que Sua Palavra seria eterna e completamente livre de corrupção.
“O Velho Testamento em Hebraico (língua vulgar do antigo povo de Deus) e o Novo Testamento em Grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e providência conservados puros em todos os séculos, são por isso autênticos e assim em todas as controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles...”
Esta preciosa doutrina da preservação providencial tem sido totalmente esquecida pelos estudiosos de texto modernos. Muitos deles tratam a Palavra de Deus como um outro livro qualquer, que pode ser submetido aos caprichos e às normas de alteração dos métodos científicos modernos. Muitas das formas destrutivas da alta crítica do século XIX advêm de uma falha na crença de que a Bíblia é um livro sobrenatural. A Bíblia tem as marcas de inspiração que podem ser claramente vistas pelos olhos dos que crêem, mas que, também, podem ser esmagadas sob os pés dos homens que marcham apressadamente para a destruição. Porém, apesar disso tudo, Deus tem levantado Seu povo, que ama e cuida de Sua Palavra e reconhece as marcas de inspiração que os primeiros crentes reconheceram, e que essas cópias, manuseadas através dos anos representam bem o que Deus queria que fosse conhecido. Isso não significa que qualquer edição impressa do Novo Testamento em grego, em particular, seja perfeita, mas, sim, que o Novo Testamento que temos hoje é essencialmente o mesmo que os que já passaram, através dos anos, através dos vários grupos de crentes que amaram e guardaram a Sua Palavra.
A força dessa preservação no Antigo Testamento é vista na qualidade do escriba que copiou o Antigo Testamento hebraico. No Novo Testamento, isso é percebido na abundância de manuscritos que possuímos hoje em dia. Este tem sido o método de Deus para manter Sua Palavra pura. Essa preservação estabelece que nenhum texto local, como o de Alexandria, Egito, poderia se tornar o texto dominante. O liberalismo e a descrença desafiaram esse processo de preservação. Nunca ficou provado que esses poucos manuscritos alexandrinos tenham jamais existido fora de Alexandria, no Egito. Muitos dos filhos de Deus, ao redor do mundo, rejeitaram o Texto Crítico em todas as suas formas. A aplicação prática da preservação providencial é que o crente contemporâneo deve escolher um texto moderno reconstruído, baseado essencialmente sobre dois manuscritos do século IV, que omite a deidade de Cristo em muitos lugares e que, estima-se, deixa de lado aproximadamente 200 versículos (o equivalente a 1 e 2 Pedro); ou escolher um texto que Deus tem usado através dos séculos. Vamos usar o texto que Deus abençoou e que melhor honra e glorifica o Senhor Jesus, ou não?
As edições impressas do Novo Testamento grego que foram publicadas entre 1500 e 1600 foram produzidas por homens que entendiam o que significava a glória de Deus e a importância de se ter cópias exatas da Bíblia. Da obra conhecida como Poliglota Complutensiana até as várias edições de Erasmo, as quatro edições de Robert Stephens (dentre as quais, a mais conhecida é a de 1550, que é a base do que chamamos de Berry Interlinear ou “the Englishman’s Greek New Testament”), a obra do grande crítico Teodoro de Beza (em suas cinco edições), as edições dos Elzevires (em 1624 e em 1633) e, por último, o trabalho de F. H. A. Scrivener (nas décadas de 1870 e 1880), temos conhecimento da crítica textual e a mais fiel e cuidadosa atitude com relação aos manuscritos que se pode imaginar. O Texto Tradicional do Novo Testamento foi o texto do período da Reforma, tanto que, seja no trabalho de Erasmo ou no de Stephen, na própria tradução de Lutero ou naquela dos herdeiros da Reforma, tais como os clérigos de Westminster e os tradutores da Versão Autorizada em inglês, este texto tem sido largamente usado e tremendamente abençoado por Deus.
- Mateus 5.18 afirma: “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido”.
- Isaías 59.21 diz: “Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles, diz o SENHOR: o meu espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca nem da boca da tua descendência, nem da boca da descendência da tua descendência, diz o SENHOR, desde agora e para todo o sempre”.
- João 10.35 nos fala: “a Escritura não pode ser anulada”.
“O Velho Testamento em Hebraico (língua vulgar do antigo povo de Deus) e o Novo Testamento em Grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e providência conservados puros em todos os séculos, são por isso autênticos e assim em todas as controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles...”
Esta preciosa doutrina da preservação providencial tem sido totalmente esquecida pelos estudiosos de texto modernos. Muitos deles tratam a Palavra de Deus como um outro livro qualquer, que pode ser submetido aos caprichos e às normas de alteração dos métodos científicos modernos. Muitas das formas destrutivas da alta crítica do século XIX advêm de uma falha na crença de que a Bíblia é um livro sobrenatural. A Bíblia tem as marcas de inspiração que podem ser claramente vistas pelos olhos dos que crêem, mas que, também, podem ser esmagadas sob os pés dos homens que marcham apressadamente para a destruição. Porém, apesar disso tudo, Deus tem levantado Seu povo, que ama e cuida de Sua Palavra e reconhece as marcas de inspiração que os primeiros crentes reconheceram, e que essas cópias, manuseadas através dos anos representam bem o que Deus queria que fosse conhecido. Isso não significa que qualquer edição impressa do Novo Testamento em grego, em particular, seja perfeita, mas, sim, que o Novo Testamento que temos hoje é essencialmente o mesmo que os que já passaram, através dos anos, através dos vários grupos de crentes que amaram e guardaram a Sua Palavra.
A força dessa preservação no Antigo Testamento é vista na qualidade do escriba que copiou o Antigo Testamento hebraico. No Novo Testamento, isso é percebido na abundância de manuscritos que possuímos hoje em dia. Este tem sido o método de Deus para manter Sua Palavra pura. Essa preservação estabelece que nenhum texto local, como o de Alexandria, Egito, poderia se tornar o texto dominante. O liberalismo e a descrença desafiaram esse processo de preservação. Nunca ficou provado que esses poucos manuscritos alexandrinos tenham jamais existido fora de Alexandria, no Egito. Muitos dos filhos de Deus, ao redor do mundo, rejeitaram o Texto Crítico em todas as suas formas. A aplicação prática da preservação providencial é que o crente contemporâneo deve escolher um texto moderno reconstruído, baseado essencialmente sobre dois manuscritos do século IV, que omite a deidade de Cristo em muitos lugares e que, estima-se, deixa de lado aproximadamente 200 versículos (o equivalente a 1 e 2 Pedro); ou escolher um texto que Deus tem usado através dos séculos. Vamos usar o texto que Deus abençoou e que melhor honra e glorifica o Senhor Jesus, ou não?
As edições impressas do Novo Testamento grego que foram publicadas entre 1500 e 1600 foram produzidas por homens que entendiam o que significava a glória de Deus e a importância de se ter cópias exatas da Bíblia. Da obra conhecida como Poliglota Complutensiana até as várias edições de Erasmo, as quatro edições de Robert Stephens (dentre as quais, a mais conhecida é a de 1550, que é a base do que chamamos de Berry Interlinear ou “the Englishman’s Greek New Testament”), a obra do grande crítico Teodoro de Beza (em suas cinco edições), as edições dos Elzevires (em 1624 e em 1633) e, por último, o trabalho de F. H. A. Scrivener (nas décadas de 1870 e 1880), temos conhecimento da crítica textual e a mais fiel e cuidadosa atitude com relação aos manuscritos que se pode imaginar. O Texto Tradicional do Novo Testamento foi o texto do período da Reforma, tanto que, seja no trabalho de Erasmo ou no de Stephen, na própria tradução de Lutero ou naquela dos herdeiros da Reforma, tais como os clérigos de Westminster e os tradutores da Versão Autorizada em inglês, este texto tem sido largamente usado e tremendamente abençoado por Deus.
O crítico textual J. Harold Greenlee diz: “A crítica textual do Novo Testamento é, portanto, o estudo bíblico básico, um pré-requisito para todo o outro trabalho bíblico e teológico”. 2 Isso não é dar importância exagerada a este assunto. Como crentes, temos a responsabilidade em nossos dias e era de proclamar o Evangelho, o Evangelho puro, o Evangelho não diluído. Também temos o direito e o privilégio de sermos os próximos na linha sucessória da proteção e da proclamação da Palavra de Deus. Cada cristão, individualmente, decidirá a respeito desse assunto, sobre qual texto é o correto. Evidentemente, esta decisão será feita, consciente ou inconscientemente, por todo crente, individualmente. Esta decisão é tomada quando o crente decide qual edição da Bíblia usará para ler e estudar; e, caso escolha uma tradução baseada em manuscritos corruptos, que refletem pontos de vista que omitem a deidade de Cristo, a expiação por Seu sangue, Seu nascimento virginal, então a decisão é de estender esse erro à próxima geração. Se, entretanto, o cristão de hoje escolhe uma tradução da Palavra de Deus que é feita a partir do texto tradicional do Novo Testamento, a decisão é no sentido de ver Deus trabalhando através de Sua providência para o fornecimento de Sua Palavra em sua forma completa, não só para esta geração, mas também para as que virão.
“The Ancient Manuscripts of the New Testament” – Quaterly Record (Londres, Inglaterra: The Trinitarian Bible Society – nº 510, janeiro-março de 1990).
ANDERSON, G. W. e ANDERSON, D. E. – A Textual Key to the New Testament (Londres, Inglaterra: The Trinitarian Bible Society, 1992).
“The Authenticity of the Last Twelve Verses of the Gospel according to Mark demonstrated by the evidence of the ancient manuscripts” – Artigo nº 16 (Londres, Inglaterra: The Trinitarian Bible Society – s/data).
“The Authorised Version: What today’s Christian needs to know about the AV” – Artigo nº 75 (Londres, Inglaterra: The Trinitarian Bible Society – s/data).
BURGON, John William – The Causes of Corruption of the Traditional Text of the Holy Gospels (Londres, Inglaterra: George Bell & Sons, 1896).
____________________. – The Last Twelve Verses of the Gospel According to S. Mark (Oxford, Inglaterra: J. Parker Co., 1871).
____________________. – The Revision Revised (Fort Worth, TX, USA: A. G. Hobbs Publications, 1983).
____________________. – The Traditionsl Text of the Holy Gospels (Londres, Inglaterra: George Bell & Sons, 1896).
CLARK, Gordon H. – Logical Cristicisms of Textual Criticism (Jefferson, MD, USA: The Trinity Foundation, 1986).
DABNEY, Robert L. – “The Doctrinal Various Readings of the New Testament Greek”, in Discussions of Robert Lewis Dabney – volume 1 (Carlisle, PA, USA: The Banner of Truth Trust, 1967).
____________________. – The Revised Version of the New Testament”, in Discussions of Robert Lewis Dabney – volume 1 (Carlisle, PA, USA: The Banner of Truth Trust, 1967).
“The English Bible: Its Origin, Preservation and Blessing” – Artigo nº 101 (Londres, Inglaterra: The Trinitarian Bible Society, s/data).
FULLER, David Otis – Counterfeit or Genuine (Grand Rapids, MI, USA: Grand Rapids International Publications, 1978).
____________________. – True or False (Grand Rapids, MI, USA: Grand Rapids International Publitacions, 1983).
____________________. – Which Bible? (Grand Rapids, MI, USA: Grand Rapids International Publications, 1970).
“God was Manifested in the Flesh” – Artigo nº 103 (Londres, Inglaterra: The Trinitarian Bible Society, s/data).
HILLS, Edward Freer – The King James Version Defended (DesMoines, IO, USA: The Christian Research Press, 1984).
“The New International Version: What today’s Christian needs to know about the NIV” – Artigo nº 74 (Londres, Inglaterra: The Trinitarian Bible Society, s/data).
“The New Testament, the Greek Text Underlying the English Authorised Version of 1611 (Textus Receptus) (Londres, Inglaterra: The Trinitarian Bible Society, s/data).
PICKERING, Wilbur N. – The Identity of the New Testament Text (Nashville, TN, USA: Thomas Nelson Publishers, 1977).
SCRIVENER, F. H. A. – The Authorised Edition of the English Bible (1611): Its Subsequent Reprints and Modern Respresentatives (Cambridge, Inglaterra: The University Press, 1884).
____________________. – A Plain Introduction to the Criticism of the New Testament for the Use of Biblical Students – terceira edição (Cambridge, Inglaterra: Deighton, Bell & Co., 1883).
STURZ, Harry A. – The Byzantine Text-Type and New Testament Textual Criticism (Nashville, TN, USA: Thomas Nelson Publishers, 1984).
van BRUGGEN, Jakob – The Andicent Text of the New Testament (Winnipeg, Ontário, Canadá: Premier, 1976).
____________________. – The Future of the Bible (Nashville, TN,USA: Thomas Nelson Publishers, 1978).
“What is Wrong With the Modern Versions of the Holy Scriptures?” – Artigo nº 41 (Londres, Inglaterra: The Trinitarian Bible Society, s/data).
“Why John 5 vs. 7-8 is in the Bible” – Artigo nº 102 (Londres, Inglaterra: The Trinitarian Bible Society, s/data).
WISSE, Frederik – The Profile Method for Classifying and Evaluating Manuscript Evidence (Grand Rapids, MI, USA: William B. Eeerdmans Publishing Co., 1982).
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1 Ver “The Great Omission” – The Quarterly Record (Londres, Inglaterra: The Trinitarian Bible Society – nº 524 – julho-setembro de 1993).
2 GREENLEE, J. Harold – Introduction to New Testament Textual Criticism (Grand Rapids, MI, USA: William B. Eerdmans Publishing Co., 1964), p. 17.
Fonte:Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil
2 GREENLEE, J. Harold – Introduction to New Testament Textual Criticism (Grand Rapids, MI, USA: William B. Eerdmans Publishing Co., 1964), p. 17.
Fonte:Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil
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